segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A Tia Miséria

Olá amigos!
Na passada Sexta-feira o nosso amigo Pedro, da Bibliote a Municipal de Grândola, veio mais uma vez à nossa escola. Desta vez veio contar-nos um conto tradicional português, que se chama "A Tia Miséria". Deixamos aqui um breve resumo do mesmo.

Era uma vez uma velha, muito velha, que vivia num monte, muito velho e morava numa casa, muito velha. Ela tinha uma figueira que dava uns figos muito bons e que cheiravam muito bem.
Todos os dias ela levantava-se, ia à janela e dizia:
-Ai o Sol! – ou – Ai a chuva! – ou então - Ai o frio!
Mas quando se virava para o outro lado e via a sua figueira punha logo um sorriso na cara.
- Ai, a minha figueira é tão bonita!
- Olha, os figos já estão a amadurecer!
Um dia, quando os meninos vieram da escola, subiram à figueira, encheram os bolsos de figos e fugiram para as suas casas. Porque toda a gente, sabia que aqueles figos eram os melhores figos do monte.
-Ááhhh, maganos! Quando eu os apanhar, vocês vão ver o que vos faço!!!
Alguns dias depois chegou um senhor à casa da velha e disse:
- Bom dia senhora. Posso entrar?
- Não! – respondeu a velha.
- Mas, está frio cá fora! Só me quero aquecer um pouco… – disse o homem.
- Você até tem bom aspecto. Entre lá. – disse a Tia miséria.
Eles foram para a sala da velha e tiveram a conversar. O senhor disse-lhe que era um viajante. Esteve a contar à velha as suas aventuras pelo mundo e a Tia Miséria esteve-lhe a contar histórias sobre a sua figueira.
O “viajante” disse ainda para a velha lhe pedir desejo que ele o tornaria realidade! Ela disse que desejava que quando alguém subisse à sua figueira para roubar figos só pudesse descer com a sua ordem.
O homem antes de sair perguntou à Tia Miséria se ela queria ir com ele mas a Tia Miséria disse que não. Ele disse-lhe que um dia a viria buscar.
À tarde quando os meninos vieram da escola ficaram presos na árvore e a velha foi lá e disse:
- Então gostam de aí estar?
Ao fim de três dias a velha foi lá e disse:
-Já podem sair. E eles lá saíram cheios de dor de barriga para as suas casas.
Algum tempo depois o senhor voltou a bater à porta da Tia miséria, desta vez para vir buscá-la. A Tia Miséria disse ao senhor:
- Eu não quero ir consigo, pois agora estou feliz porque não voltaram a roubar-me os figos.
-Mas tem de vir comigo! – disse novamente o senhor.
A velha apercebeu-se que o homem era a “Morte” em pessoa. Disse então:
- Antes de ir consigo gostava que fosse apanhar um balde de figos para eu levar para o outro mundo de onde vem.
A Morte subiu à figueira e ficou lá presa. A morte pediu então à Tia miséria para ela a tirar dali mas a velha não lhe deu ouvidos.
Várias pessoas estavam a sofrer, porque a morte não as conseguia matar… pois estava presa na árvore.
Então os presidentes de todos os países mandaram uma carta à velha e ela lá soltou a Morte. No entanto, antes de a soltar, a Tia Miséria combinou uma coisa com a “Morte”:
- Só a deixo descer da árvore se não me levar consigo!
A morte disse:
-Ok, eu prometo que não a levo comigo.
A Tia Miséria deixou a morte descer e a partir daí as pessoas começaram a morrer novamente… sem sofrerem.

Raúl

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